Desde o mês de junho quando fiz uma remada de mais de 5 horas, resolvi iniciar um trabalho para desenvolver mais resistência, meu objetivo é a preparação técnica e física para suportar uma travessia mais longa.
A base da minha preparação física será composta por duas ou três remadas de no máximo uma hora durante a semana e uma remada mais longa durante o final de semana, aumentando o percurso e tempo de remada a cada 15 dias.
As remadas da semana serão alternadas entre remadas de explosão visando o trabalho anaeróbico, e de relaxamento com tempo pré-determinado. As remadas do final de semana serão focadas no trabalho de resistência aeróbica (endurance), com distância pré-determinada.
Durante esta semana remei terça com o Armando Cirilo por uma hora, quinta-feira sozinho por uma hora e sexta com o Cesar Ferreira, também por uma hora.
Escrevi em um post de junho que nos Estados Unidos e na Europa o pessoal do Triatlon tem utilizado o Stand Up como parte do treinamento e como treinamento funcional.
Para o sábado preparei uma remada mais forte, convidei o Alexandre Manzan, amigo da época do vôo livre para experimentar o Stand Up e conferir os benefícios do esporte.
O Manzan é um atleta muito competente, é colecionador de títulos nacionais, internacionais e mundiais em Triatlon , atual campeão da etapa brasileira do Xterra Global Tour, Alexandre Manzan confirmou o favoritismo e conquistou o título do Xterra Regional, realizado em junho deste ano em Ilhabela, no litoral paulista.
Saímos da barragem do Paranoá as 15:20, remamos downwind com facilidade, em poucos minutos de remada Manzan já estava adaptado aos movimentos exigidos no SUP, coordenação nas remadas e equilíbrio.
Passando em frente a Ermida em direção ao Lago Sul, o vento ficou de leste, forte e rajado, aumentando a dificuldade e exigindo trabalho de pernas todo momento.
Neste momento começamos a imprimir um rítmo mais forte, sabe aquela história ? enquanto pior melhor ... á adaptado aos movimentos e com o corpo quente, Manzan começou a imprimir um rítmo muito forte, abrindo 60 a 80 metros a minha frente, aumentei o meu ritmo ao máximo, tentando manter a coordenação e equilíbrio sem perder tempo durante a troca de lado nas remadas.
Depois de alguns minutos neste rítmo, notei que estava fazendo um esforço muito grande, a boca ficou seca e tentei tomar alguns goles de carbohidrato do meu Camelbak, o primeiro gole quase voltou, minha frequência cardíaca estava muito alta, eu não conseguia beber e respirar ao mesmo tempo.
Diminui o ritmo e a frequência, bebi alguns goles e logo voltei ao ritmo forte, a partir deste momento administrei a intensidade da remada sem querer andar junto com o Manzan, afinal de contas, he is the man ... he´s a Ironman.
Antes da ponte JK, propus uma troca de pranchas, a prancha que o Manzan estava remando era uma Cruiser 10',8" pés e a minha uma Cruiser 10' pés, as pranchas mais compridas levam vantagem hidrodinâmica, então tentei diminuir a minha desvantagem. Nosso tempo até a ponte foi de uma hora, muito rápido, meu melhor tempo neste percurso tinha sido de uma hora e trinta minutos, ver posts anteriores.
Continuando a remada, aproveitei que o Manzan iria perder algum tempo de adaptação a nova prancha e remei forte, consegui colocar alguma distância a frente para massagear o meu ego :) .
Nesta parte do lago o transito de lanchas é muito grande, somado ao vento forte a superfície da água fica muito mexida dificultando o equilíbrio e a remada.
Chegamos ao Pontão do Lago Sul as 17:05, totalizando o percurso de 11.700 metros em 1 hora e 45 minutos de remada.
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